1/2m
de meia-cana de
Canafrista
para semi-
(em 180 graus?)
circularmente os
Sons [à Cumaru-
Ferro já forrados]
do seu Sprech
Gesang [Canto
Falado] (quanto às
alturas durações
intensidades
und timbres) e-
moldurar
(Poema de Fabrício Slaviero)
domingo, 26 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
SARAU DO LABORATÓRIO (XXIV)
THE SOUL KEEPER
No vórtice
varrendo as horas
do fundo do poço
um abismo sem dono
disfarça o escuro,
descasca dos muros
os musgos
que crescem ao roer da alma.
A dor disseca profunda,
bisturi de pulsantes vertigens.
O amor:
estende-se, (entende-se)
aprende-se (enlaça)
vasculha e decepa
o fundo do oco bolor.
A mão que erige, molda
a vida
a argila
a pulsar
subterrânea
(no fundo vazio dos vórtices da alma).
(Poema de Francesca Cricelli)
No vórtice
varrendo as horas
do fundo do poço
um abismo sem dono
disfarça o escuro,
descasca dos muros
os musgos
que crescem ao roer da alma.
A dor disseca profunda,
bisturi de pulsantes vertigens.
O amor:
estende-se, (entende-se)
aprende-se (enlaça)
vasculha e decepa
o fundo do oco bolor.
A mão que erige, molda
a vida
a argila
a pulsar
subterrânea
(no fundo vazio dos vórtices da alma).
(Poema de Francesca Cricelli)
terça-feira, 14 de setembro de 2010
SARAU DO LABORATÓRIO (XXIII)
GOLPES DE CRIS
espectro do fogo marcando o foco
foco em tempo a vida esconsa de escombros
temo o fardo, farto e fraco de dores
cavo mudo o foco a golpes de cris
escavo os porões do sepulcro branco
ruído acuado pesa sobre meus ombros
no peito a veia cava não se estanca
carne, pele e pelo a golpes de cris
desloco-me arco no vácuo sem trégua
bato na cava de porta entreaberta
meu carma cardo alcança o licor travo
abro gole e gole a golpes de cris
acordo num cavo acorde de cravo
vibrando no aroma da cava, e cauto
creio, que a vida só curva-se à cova
corto o cardo a curtos golpes de cris.
(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)
espectro do fogo marcando o foco
foco em tempo a vida esconsa de escombros
temo o fardo, farto e fraco de dores
cavo mudo o foco a golpes de cris
escavo os porões do sepulcro branco
ruído acuado pesa sobre meus ombros
no peito a veia cava não se estanca
carne, pele e pelo a golpes de cris
desloco-me arco no vácuo sem trégua
bato na cava de porta entreaberta
meu carma cardo alcança o licor travo
abro gole e gole a golpes de cris
acordo num cavo acorde de cravo
vibrando no aroma da cava, e cauto
creio, que a vida só curva-se à cova
corto o cardo a curtos golpes de cris.
(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
SARAU DO LABORATÓRIO (XXII)
SEM MEDIDA
O quanto isto dista
daquilo lá?
A distância da ânsia
do esperar.
O longe é perto quando é certo
o destino.
Mas perto demora na hora
do desatino.
Não é a escala que fala
a dimensão,
nem o metro dá ao certo
a medida.
É o que se sente de repente
na paixão,
e que se mede na lágrima
vertida...
CÉSAR VENEZIANI
O quanto isto dista
daquilo lá?
A distância da ânsia
do esperar.
O longe é perto quando é certo
o destino.
Mas perto demora na hora
do desatino.
Não é a escala que fala
a dimensão,
nem o metro dá ao certo
a medida.
É o que se sente de repente
na paixão,
e que se mede na lágrima
vertida...
CÉSAR VENEZIANI
domingo, 12 de setembro de 2010
SARAU DO LABORATÓRIO (XXI)
YÈYÉ OMO EJÁ
Yèyé Soba jimí
acorda-me no sono das profundezas tuas
com teus cabelos azuis de céu
com tua pele crespa de sal
com teus mundos náufragos
teu rigor líquido
e a justeza oscilante tão tua
Yèyé Iya Masemale jimí
acorda-me em tua geoconformidade pluri-ventral
com teu perfume de origem
exalando segredo antigo
com teus mil umbigos de imagens planetárias
ìdódò e os úteros de Gaia
linguagens impossíveis dos mundos teus
Yèyé Iyemoyo jimí
acorda-me no centro múltiplo do teu corpo galáctico
em teus braços con(fins) gelados infinitos
com a grafia-hidro-errática tua
a descrever ondas graves na voz de Netuno
Yèyé Akurá jimí
acorda-me com teus cemitérios flutuantes
teus mistérios impenetráveis de água turva
e a imensa vulva de algas avessas
do teu lodo cristalino
Yèyé Maleleo jimí
e ejá e irun e dígí jimí
acorda-me com tua música revolta e calma
e o sal azul nas veias largas
das memórias correntes livres
nas brânquias horas dos tempos teus
com tuas guelras em cavalos
e dentes marinhos
Yèyé Oyo jimí
e ilú e òkun e ohùn jimí
acorda-me na placenta impaciente
ao som do adjá o baú de Oxossi
reflexo sideral da tua sede impossível
Yèyé omo ejá : mãe cujos filhos são peixes
Jimi: acorda-me
Eja: peixe
Ìdódò: umbigo
Cabelo: irun
Ìlù: tambor
Dígí: espelho
Òkun: mar
Ohùn: voz
SÍLVIA NOGUEIRA
Yèyé Soba jimí
acorda-me no sono das profundezas tuas
com teus cabelos azuis de céu
com tua pele crespa de sal
com teus mundos náufragos
teu rigor líquido
e a justeza oscilante tão tua
Yèyé Iya Masemale jimí
acorda-me em tua geoconformidade pluri-ventral
com teu perfume de origem
exalando segredo antigo
com teus mil umbigos de imagens planetárias
ìdódò e os úteros de Gaia
linguagens impossíveis dos mundos teus
Yèyé Iyemoyo jimí
acorda-me no centro múltiplo do teu corpo galáctico
em teus braços con(fins) gelados infinitos
com a grafia-hidro-errática tua
a descrever ondas graves na voz de Netuno
Yèyé Akurá jimí
acorda-me com teus cemitérios flutuantes
teus mistérios impenetráveis de água turva
e a imensa vulva de algas avessas
do teu lodo cristalino
Yèyé Maleleo jimí
e ejá e irun e dígí jimí
acorda-me com tua música revolta e calma
e o sal azul nas veias largas
das memórias correntes livres
nas brânquias horas dos tempos teus
com tuas guelras em cavalos
e dentes marinhos
Yèyé Oyo jimí
e ilú e òkun e ohùn jimí
acorda-me na placenta impaciente
ao som do adjá o baú de Oxossi
reflexo sideral da tua sede impossível
Yèyé omo ejá : mãe cujos filhos são peixes
Jimi: acorda-me
Eja: peixe
Ìdódò: umbigo
Cabelo: irun
Ìlù: tambor
Dígí: espelho
Òkun: mar
Ohùn: voz
SÍLVIA NOGUEIRA
SARAU DO LABORATÓRIO (XX)
Detrás
de toda a densidade
de seu peso e profundidade
há algo sempre a fluir,
vago e vagaroso
esquecido de seu tempo
amoldado em forma e jeito
num eterno inexistir.
CELSO VEGRO
Nuvens suspensas
Entrecorte de raios
Secas, as folhas
Dançam disformes
Caem e repousam
Na boca úmida do chão
MARCELA CIVIDANES
de toda a densidade
de seu peso e profundidade
há algo sempre a fluir,
vago e vagaroso
esquecido de seu tempo
amoldado em forma e jeito
num eterno inexistir.
CELSO VEGRO
Nuvens suspensas
Entrecorte de raios
Secas, as folhas
Dançam disformes
Caem e repousam
Na boca úmida do chão
MARCELA CIVIDANES
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
BIBLIOGRAFIA GERAL DO CURSO
CAMPOS, Augusto de. Verso Reverso Controverso. São Paulo, ed. Perspectiva, 1978.
CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. São Paulo, ed. Cultrix, 1978.
MAIAKOVSKI, Vladimir. Como escrever versos?, In A Poética de Maiakovski. São Paulo, ed. Perspectiva, coleção Debates, 1971.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1996 (ensaio Stéphane Mallarmé: o soneto em ix).
PIGNATARI, Décio. Comunicação Poética. São Paulo, Editora Morais, 1981.
POE, Edgar Allan. Filosofia da Composição, in Ficção completa, poesia e ensaios. São Paulo, ed. Nova Aguilar, 1986
POUND, Ezra. ABC da Literatura. São Paulo, ed. Cultrix, 1978
POUND, Ezra. Arte da Poesia. São Paulo, ed. Cultrix, 1995
WILSON, Edmund. O Castelo de Axel. São Paulo, ed. Cultrix, 1993
CAMPOS, Geir. Pequeno dicionário de arte poética. São Paulo, ed. Cultrix, 1978.
MAIAKOVSKI, Vladimir. Como escrever versos?, In A Poética de Maiakovski. São Paulo, ed. Perspectiva, coleção Debates, 1971.
PAZ, Octavio. Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva, 1996 (ensaio Stéphane Mallarmé: o soneto em ix).
PIGNATARI, Décio. Comunicação Poética. São Paulo, Editora Morais, 1981.
POE, Edgar Allan. Filosofia da Composição, in Ficção completa, poesia e ensaios. São Paulo, ed. Nova Aguilar, 1986
POUND, Ezra. ABC da Literatura. São Paulo, ed. Cultrix, 1978
POUND, Ezra. Arte da Poesia. São Paulo, ed. Cultrix, 1995
WILSON, Edmund. O Castelo de Axel. São Paulo, ed. Cultrix, 1993
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