sábado, 20 de julho de 2013



Dias ao leste
Da muralha da China
Invertebrados
Dor de ser
Intransponível
Mundo à parte
Outra margem
De um outro rio

(Poema de Shirleide Valença de Lima)

Recobrar-se




Lágrimas
de papel queimado

Iluminam a noite
Luto

Eclipse
Finalização
Relutante

Em nome
do pai
Luta

Retorno
Indulto sobre
o Sistema Límbico
Salutar

(Poema de Shirleide Valença de Lima) 

TRI



Dos pares, não só o de piercings
— siliconados alargadores —,
Também o mui cartilaginoso
de orelhas de abano
Que todo e qualquer calhamaço
de encadernada crustoderme, nunca
Jamais possuíra, a não ser
na protética forma
De uma flácida e removível
sobrederme de papel



BARBAS


Barbas ou o que há de pelos
Entre o que há de pelos antes
Ou qual for a perspectiva
Depois delas de molho a
Saber as costeletas de porco
E o que há de pelos depois
Ou qual for a perspectiva
Antes delas de bode a
Saber le cavaignac du diable



I

Khan tártaro com muitíssimo
de seu xará calcário e incrustadiço
entre os amarelados — seus poucos

dentes?

II

Cã tatarlar com não menos tocaios
seus grisalhos e inúmeros fios
por entre os ensebados — seus pentes

de osso?

III (Coda)

& a genghivite
do mais notório
khan mongol
quando também
já encanecido?

(Poemas de Fabrício Slaviero)

 




Próclise

Pararaquas de saraquás
roufenham pseudoblues,
imolando arpejos
na seara
dos sapos deserdados.

Cautelosos esgares
acobertam apalpadelas,
como palavras pesadas
que afundam no ar

Se ruminações melancólicas
derrocam nervos,
o interlúdio dos unicórnios
assegura
os últimos arranques de vida.




Mesóclise

Fios tortos e sujos,
molho de tentações,
amontoam
babilônicos preconceitos.

Nas begônias crepusculares,
das brancas e amarelas,
prosperam faces perdidas
entrelaçando marés.

Solo gretado
de austero encanto,
pedantemente estéril,
projetar-se-á indomável.


Ênclise

Revela-se
alatência secreta
de todas as coisas,
a cada ciclo
de exuberância lunar.

Distingue-se
entrevertebras e caranguejos,
o cocar do indígena,
apenas desfalecido.

Impõem-se
o arrulho dos pombos,
às intermitências
do arco do violoncelo.

(Poemas de Celso Vegro - C.V. Seis/treze)