chuva de primavera
a água escorre do teto
pelo ninho de vespas
(Bashô)
do orvalho
nunca esqueça
o branco gosto solitário
(Bashô)
pobre sim pobre pobre pobre
a mais pobre das províncias
mas sinta esta brisa
(Issa)
nuvem de mosquito
atrás dela
quioto
(Issa)
Traduções: Paulo Leminski
no pântano de neve
nada se move
na manhã de neve
(Chiyo-ni)
Tradução: Alice Ruiz
a água escorre do teto
pelo ninho de vespas
(Bashô)
do orvalho
nunca esqueça
o branco gosto solitário
(Bashô)
pobre sim pobre pobre pobre
a mais pobre das províncias
mas sinta esta brisa
(Issa)
nuvem de mosquito
atrás dela
quioto
(Issa)
Traduções: Paulo Leminski
no pântano de neve
nada se move
na manhã de neve
(Chiyo-ni)
Tradução: Alice Ruiz
Haicai: poema composto de três versos, com métrica de 5-7-5 sílabas, sem título nem rimas, surgido no Japão medieval. Além da brevidade, o haicai deve ter uma referência à estação do ano em que o poema foi escrito — o kigo —, que se expressa em versos como: “lua de outono”, “vento de primavera”, “o caqui maduro”. Essa forma poética, derivada do tanka, contém toda uma visão de mundo: o primeiro verso, com o kigo, indica uma circunstância “eterna, absoluta, cósmica, não-humana” (Paulo Leminski); o segundo traz uma ação súbita de um homem, animal ou elemento da natureza, indicando um fenômeno temporário; e o terceiro dá unidade ao conjunto, representando “o resultado da interação entre a ordem imutável do cosmos e o evento”. Exemplo: “gota de orvalho / ao sol da manhã / precioso diamante” (Bashô). No Brasil, o gênero foi praticado por autores como Guilherme de Almeida, Haroldo de Campos, Alice Ruiz e Paulo Leminski.
Publiquei um recentemente.
ResponderExcluirConvido a visitar-me:
http://docedelira.blogspot.com/
Um abraço.
Renata, grato pela mensagem, visitarei o teu blog. Estou pensando numa versão on line do curso. Beso,
ResponderExcluirClaudio