âncora presa à amarra
corroída pelo tempo
nervos retesos na âncora
ao limite do peso
nas artérias das águas
zéfiro ondula o rosto
difícil decodifica-lo
como um poema conciso
na página aberta
num labirinto de palavras
aprisionando o leitor
ou num jogo de
“xadrez chinês”
no tabuleiro
uma linha central de
quadrados
divide os dois lados
arma-se o desafio
nas ondulações do labirinto
estratégia e estilo
no jogo de alegorias
disputa pelo
domínio da linguagem
na intersecção das linhas
peça impõe movimento
que não decifro
imperador ou general?
dentro do palácio
prevê o xeque-mate
jogada impossível
general intervém
no quase afogado do jogo
(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)
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