sonora-nos deserto
fabuloso
uma vez sentido
pela primeira vez,
os costumes
panoramizam túmidos
000
somos dois desertos a irrigar o deserto
000
sonoro deserto berbere
envelhece círculo
laços de sangue
real ou fictício
regido por tribo
apinhada em celeiro
centrípeta batuta
geometriza
pirâmide túmulo
tua voz marabuto
000
iludir, regras de areia, este amor
temos vários contos a revelar o canto
como o poeta Lucius Apuleius
desejoso em plasmar-se nele
_ o poema_
e repetir e repetir deserto afora
sonora oratória
000
ofereço a você o meu íntimo
numa volta completa ao redor do sol
vozes do século II
vão e vêm, do amor,
regidas
sob a batuta de um baobá,
000
sonoro deserto berbere
osso quadrado rejuvenesce;
tua boca savana fecunda
lua mito montanha
oásis de entranha; miragem.
(Poema de Maria Célia Abila)
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