GOLPES DE CRIS
espectro do fogo marcando o foco
foco em tempo a vida esconsa de escombros
temo o fardo, farto e fraco de dores
cavo mudo o foco a golpes de cris
escavo os porões do sepulcro branco
ruído acuado pesa sobre meus ombros
no peito a veia cava não se estanca
carne, pele e pelo a golpes de cris
desloco-me arco no vácuo sem trégua
bato na cava de porta entreaberta
meu carma cardo alcança o licor travo
abro gole e gole a golpes de cris
acordo num cavo acorde de cravo
vibrando no aroma da cava, e cauto
creio, que a vida só curva-se à cova
corto o cardo a curtos golpes de cris.
(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)
terça-feira, 14 de setembro de 2010
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