sexta-feira, 21 de outubro de 2016



Citrin é um velho xamã
que vive na Califórnia.
Ele é aturdido.
Ele escuta vozes.
Ele faz temazcal como um guarani.
O bruxo, como a bruma
busca a luz, o fogo
a pedra ardida no meio da tenda
- seu inipe de copal e alcaçuz
sálvia e cedro, suando-lhe
as evocações.
Seu chapéu é de um feltro
preto encorpado de abas longas.
As vozes violam as abas
a tuba o nervo o estribo o labirinto
de seu ouvido sobre o mundo
do zumbido do mundo em seu ouvido
do mundo zunido sob a aba.

Poema de Iolanda Costa

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