sexta-feira, 29 de outubro de 2010

SARAU DO LABORATÓRIO (XXIX)

Porta d'Entrada com Pseudo-
Brasão em Pau-
{Marcenaria Heráldica}
Brasil com (em cuja
Colonial Aldraba de Bronze
bato para Palmas
e mesmo Pau-
d'Arco não bater

(Poema de Fabrício Slaviero)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

SARAU DO LABORATÓRIO (XXVIII)

CROSTA

Pedras sem valor
tremeluzem.

Das cantarias catedráticas
ecoam sons cavos,
desferidos
pelas precipitadas picaretadas
que as exumaram.

TECIDO

Corvos serpenteiam
por entre toalhas.
E se fossem répteis
siameses,
sobre lençóis
seus rastros,
formariam mosaicos.

* * *

Lagartas líquidas
escorregam pelo tronco
fumarento,
da Tipuana debruçada
sobre a larga avenida,
naufragada em veículos.

* * *

Sarabanda de muros,
refrega rebocos e caiações.

Já os oiteiros,
seus sentinelas,
não atentam
ao tamanquear desses paredões.

(Poemas de Celso Vegro)

domingo, 24 de outubro de 2010

SARAU DO LABORATÓRIO (XXVII)

Monologo
Cortejo de Baco
OH! Divino Baco,
as Ninfas se preparam para o cortejo da vossa festa,
estarão presentes todas as bacantes.
uvas em cascatas, e néctar trasbordará da ânfora,
e escorrerá para tua boca divinal.
sol, terra,heras trepadeiras, para o vosso
divino deleite,
deuses e mortais brindam,
e no monte Olimpo, o arrebol sobre as planície,
marturia as purificações sagradas a Cibele,
Evoé,Evoé
Divino Baco, os deuses estão ávidos pelo necta sensual
Até o orgasmo da sagração,que jorrará a seiva da vida,
transcendendo a eternidade
na renovação fecunda.
(Poema de Doroty Dimolitsas)
Fim

domingo, 17 de outubro de 2010

SARAU DO LABORATÓRIO (XXVI)

BRISURAS DA CIVILIZAÇÃO

Há um campo de símbolo
de um rubro tecido
que urdido em trama
revive os dias idos,
rutura e juntura,
acrescido de estilo.

Há um campo onde o lema
é lisonja e bravura,
e no emblema é o tema
do cortejo em flanco:
leão, cruz, águia e flor-de-lis
são crivo do clã
de estampa em matiz.

Há um campo de timbre
em cota de malha;
vida e morte
da brisura em marcha;
logotipo coletivo
na linha do tempo,
Coca - Cola
é grifo em grife.

(Poema de Maria Celia Abila)

MATIZES

O espectro solar das cores,
somado à lingotes de ouro:
derretido,
mais o conjunto das pedrarias:
liquefeitas,
não alcançam uma centelha
dos multivariados tons
que o manto da fantasia,
lança em profusão de letras.

(Poema de Celso Vegro)