terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Floresta Antiga















Pôr do Sol
Raspando folhagens
Tronco fórceps
Rochedos faíscas
A estremecer as águas

                                               Mar cheio de pressa
                                               Rio todo silêncio
                                               Divagava,
                                               Lentamente,
                                                                     Rio serpente

Turbulento silêncio
Prece da manhã
Nas conchas das maré alta
                                              Na brevidade da luz
                                              Devoradas sombras

Caos, dissolução
Perene ardor da fúria
Transporta o mar no rio
Mergulha na sua sombra
                                              Horizonte invertebrado
                                              Curva turva a Terra
                                              Hipotenáusea.


Na gruta áspera a grande água passa.

(Poema de Maria Fátima)


Se a primeira e antepenúltima Roma
foi Roma

E a segunda e penúltima Roma e
a primeira e penúltima Constantinopla
fora Constantinopla

A terceira e última Roma a
segunda e última Constantinopla e
a primeira e única Moscou
era Moscou

*

Roma foi Roma

Constantinopla fora Roma
Constantinopla fora Constantinopla

Moscou era Roma
Moscou era Constantinopla
Moscou era Moscou

(Poema de Fabrício Slaviero)



    

Verme Roedor




















Flores escafandristas
conduzem
sua existência,                             verme roedor
à outra margem
do nada.


em sua morada
tangente,                                               plebe de estrelas
decodifica-se o precário
e tatuam-se em pedra
crisálidas rompidas.


C.V.

onze/treze

Sonoro Deserto Berbere Envelhece em Círculo














sonora-nos  deserto fabuloso
uma vez sentido
pela primeira vez,
os costumes
panoramizam túmidos

000
somos dois desertos a irrigar o deserto

000

sonoro deserto berbere
envelhece círculo
laços  de sangue
real ou fictício
regido por tribo
apinhada em celeiro
centrípeta batuta
geometriza
pirâmide túmulo
tua voz marabuto



000

iludir, regras de areia, este amor
temos vários contos a revelar o canto
como o poeta Lucius Apuleius
desejoso em plasmar-se nele
_ o poema_
e repetir e repetir deserto afora
sonora oratória

000

ofereço a você o meu íntimo
numa volta completa ao redor do sol
vozes do século II  vão e vêm, do amor,
regidas
sob a batuta de um baobá,

000
sonoro deserto berbere
osso quadrado rejuvenesce;
tua boca savana fecunda
lua mito montanha

oásis de entranha; miragem.

(Poema de Maria Célia Abila)















Fresta
Crosta
Imprevisto
Resíduo
Coágulo
Gota a gota
Calcriam.

Sta
Ta
La
Cti
Tes.

Tempo consubstancial

Solo arterial das águas

(Poema de Maria Fátima)

Salvo pelo Gôngora






                                                                               



                                                            nariz boxeado pela vida 
Horácio Costa “O retrato de Dom Luís de Gôngora”


Se prestes a oscular
não sem 1) língua
2) protetor bucal e
3) sangue ensalivado
A pisoteada lona,
em auricerúleos pares
de sapatilhas e luvas
O pugilista cubano
gongórico boxeur
de calção castanho-claro
sobre ceroulas (?) cor havana
Será, metálica
e percussivamente

¿salvado por la campana?

(Poema de Fabrício Slaviero)