quinta-feira, 26 de abril de 2012

Porta Bang-Bang à italiana





























É de um Par de Venezas o vaivém da Porta Bang-Bang à 

italiana;
lenhoso abre-fecha de uma Boca horizontalizada que, com a 
bangue-banguela sua Arcada palhetal, volta-se voraz aos “maus
modos” do engolir — não sem depois mastigá-los qual Naco de

Fumo ensalivado por desdentada Bocarra — e cuspir — não sem
antes ruminá-los qual Masca de Tabaco encatarrado por desde-
nhosa Bocaça — os Pistoleiros hispano-americanos, e seus
xilóides Bandolins em Dó maior, — Maior, pois d’auto-piedoso
Tom; os Bandoleiros américo-hispânicos, e seus metálicos
Pistões em Sol menor, — Menor, pois já a se por no desértico
Horizonte andaluz.


(Poema de Fabrício Slaviero)
Foto: Marcela C. Gallic

Ruínas
















Fiz-me ruínas,
cacos e restos solapados
sem hipótese de reparo.

Desemoldurada ilusão,
movediça e traiçoeira,
rebentou monocromática
num caimento sem vestígio.

Derrisão cega, anômala,
em forma de chaga,
estampa farrapos
de carne ensandecida.
(Poema de Celso Vegro)
C.V.
mar./doze












Hábil, e felina,filha de um sarcófago
rubro ovo da serpente,fogo na imagem invertida
alma perdida,cabra que não é cobra
só um mata-borrão anoréxico.

Escabrosa vingança satirica,
pirâmides de pedras,uma máscara azeda
desafiando o pinheiro crescendo
vermelho na colina
(Poema de Dora Dimolitsas)



sábado, 14 de abril de 2012

Dos Novos Paradigmas









O pensamento intumescido

Em macieiras de conceitos

Ereção de conjecturas

Em hipotenusas de libido

O ângulo reto do reto

Na tesa intersecção da tese

O coito da incógnita

Pelo falo do fundamento

O abstrato rígido

Na curva circular da ideia

A hipótese viril nas linhas

Perpendiculares do desejo

Ejaculação ( precoce )

De novos paradigmas

(Poema de Charles Gentil)


Imagem de Gus Takatori

Mãos



Mãos que falam,

rostos sem boca.

Carpo, metacarpo,

carne viva de barro.

Da secura da boca:

mão em punho,

mão de ferro.

O olho não vê a voz

que guarda a ideia

fixa na memória.

O olho não escuta a mão,

aprisiona-a na ferida,

(Poema de Gislaine Goulart)