domingo, 13 de fevereiro de 2011

SARAU DO LABORATÓRIO (XXXIII)

Sou várias, de outros mundos
A descobrir a maresia do tempo
Desse outro amanhecer
Dessa outra ciência

Aqui, reitero a solidão
Espalhando o vinho tinto
Nos ossos, na carne.

* * *

O piscar reflete a íris que me encara
E em seu brilho não temo
Os ventos vindos de outros mares
Mas acolho o céu livre
Quadro-negro profundo
Onde estrelas rabiscam o infinito

(Poemas de Marcela Cividanes)


CÔNICO COLAR

Cônico Colar
de Plástico — para
o Bichano, um Estraga-
-Prazeres — como
que a Anular
o — Não pequeno —
Potencial enquanto Lixa
(Septuagésimo Sétimo
Grão) da Língua Gatal
que vive a deixar, de
Tanto Poli-la, uma
sua Informe Chaga, ou Ferida,
em (Felina) Carne Viva


PARES DE OLHOS MÍOPES

Pares de Olhos Míopes (com algum
Grau d’Astigmatismo) nos Lances
de uma Catarática Escadaria cujos
Degraus e Corrimãos em Glaucos
Matizes e, — quiçá Matosos —, Tons

(Poemas de Fabrício Slaviero)


SEM GRIFOS

Piso aturdido a grafia
alinhada e sem grifos
ou espaços em branco
linha reta que me habita

adentro trilha estreita
desalinhada no tempo
desconfiguro-me e renovo
ao atalho atrevo-me a atritos

Em roto asfalto e cascalho
tempo mede o tempo e detona-se
passado e futuro conectam-se
por cones de luz invertidos

O presente é efêmero
inútil lamentar
o tempo lateja
no teclado da esfera

(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)


DERRADEIRO

Descrente daquelas coisas desajeitadas,
ainda refém de amolecidos princípios
crias de um quando não desencantado,
____________________ sucumbi...



Tombado sobre recanto malsinado,
devorador de meus passos exauridos
sobram franjas de mim alquebradas,
_____________________zumbridas...

(Poema de Celso Vegro)