quinta-feira, 21 de junho de 2012

Poemas Ensimesmados



















olho por olho


negrume do meio dia
ensimesmado
não detém o tempo
pavimento incrustado de
crânios sisudos
olho por olho
passante pensante e desatento
pisoteia a paisagem
que se renova
verso e reverso
de várias moedas
estampadas no cosmo

           
corpo em rotação


quartel de pensamentos
ensimesmado
não se atém ao tempo
articula ideias:
-palavras-pétala
prenhes de lirismo 
vida e matiz
nas alamedas do ego
-palavras-pedra
embalam ventre mamute
lavram dentes na escritura

abstração – matéria – abstração


eixo do universo rotatório das ideias


painel circular de espelhos
ensimesmado
não paralisa o tempo
projeta imagens múltiplas
carro alegórico das ideias
ovulando fractais de oroboro
ovo a ovo
mantém o giro reflexo
fluxo contínuo de corpo e mente
alimentando o cosmo

ficção – ciência – ficção


(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)

 Foto: Nasa - Observatório MTM 900

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