domingo, 15 de julho de 2012

Em Tempo - Desejo Expresso
















não nado nada ignora em contexto
grafa com voz de adulto letrado
posicionando-se no tempo
posiciona-se para não
 vir a termo em teia de conflitos
prisioneiro em cápsula protrátil
opta por permanecer no estado
chutando horas para além do tempo
mapeia aquilo que posto a termo
                                                 tarda.

(Poema de Maria Alice de Vasconcelos - São Paulo, 06/2012)

Foto:Christian Richter

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Poemas Ensimesmados



















olho por olho


negrume do meio dia
ensimesmado
não detém o tempo
pavimento incrustado de
crânios sisudos
olho por olho
passante pensante e desatento
pisoteia a paisagem
que se renova
verso e reverso
de várias moedas
estampadas no cosmo

           
corpo em rotação


quartel de pensamentos
ensimesmado
não se atém ao tempo
articula ideias:
-palavras-pétala
prenhes de lirismo 
vida e matiz
nas alamedas do ego
-palavras-pedra
embalam ventre mamute
lavram dentes na escritura

abstração – matéria – abstração


eixo do universo rotatório das ideias


painel circular de espelhos
ensimesmado
não paralisa o tempo
projeta imagens múltiplas
carro alegórico das ideias
ovulando fractais de oroboro
ovo a ovo
mantém o giro reflexo
fluxo contínuo de corpo e mente
alimentando o cosmo

ficção – ciência – ficção


(Poema de Maria Alice de Vasconcelos)

 Foto: Nasa - Observatório MTM 900

domingo, 17 de junho de 2012

Gatal K7



















“[...] El doble, el ka, [...] lo positivo y lo negativo de la energía eléctrica.
Gato viene de Ka, el animal más magnético [...]”
                                                             (Lezama Lima “Paradiso”)


gatal K7 (Katinas/Septyni)
ou as Sete Fitas
do — plástica Pelagem? —
magnetinis Felino:
                            um
Bichano estereofônico
que tem “reproduzida” a
sua dissonante Castração
em independentes Septyni
(septyni) Kanalai;
                          por
uma autônoma Heptafonia
a sua ruidosa Esterilidade?



(Poema de Fabrício Slaviero)


Foto: Ojo Magnético de Chico del siglo XXI

sábado, 16 de junho de 2012

Rodellar




Na travessia dos anjos
O vale desponta imaginário
Onde murmuram colinas 
Delatoras da paz de suas arestas

Insano santuário pulsante 
Irrompe veias, extenua poros
Bradando som de rochas

Intempéries do olhar
Desmarginando memórias

(Poema e foto de Marcela Cividanes Gallic)


Cálculo
















Circunferência
E um ponto
Tridimensional
Excitado
No centro
Deste círculo.
Ambos contidos
No interior
De linhas
Curvilíneas
Do volume
Sob a carne
Na medida em que
A menor distância
Entre dois pontos
É a reta
Que é a ponte
Entre dois pontos
Da área erógena
Definida
Em que o sexo
É o X
Do cálculo
Centrípeto
Da língua

(Poema de Charles Gentil)
 
 

Sinistra de ocupações



Comedores de caranguejos
tatuam
com memória da lama.


Encantadores de víboras,
toleram
oculto senso de horror.


Adestradores de elefantes,
rivalizam
pela potência das trombas.


Ensaiadores de golfinhos,
induzem
derruídas precipitações.


Mineradores da autenticidade,
ossificam
ressonâncias de vidas passadas.


(Poema  de Celso Vegro)


Foto: Cristian Dimitrius












Cela
Artificialidade
Dos contornos
Invólucro
Buscando dar forma
A um corpo interrompido
De pele inabitável


(Poema de Shirleide Valença de Lima)

Foto: Barbara Beggio